Maternidade

A chegada do bebê é carregada de intensas transformações.
A experiência da maternidade pode trazer experiências incríveis com desafios, descobertas e construções. Por outro lado, a mãe também pode enfrentar sentimentos angustiantes, como medo, frustração, insegurança, fragilidade e outras emoções, que inclusive, pode favorecer um quadro de adoecimento. Muitas mulheres se sentem sozinhas quando imaginam que a vida das demais pessoas segue seu curso normal, enquanto elas se envolvem quase totalmente nos cuidados com seus bebês.

Essa devoção ao ser recém-chegado ao mundo demanda energia, e o cuidador também precisa de cuidados e atenção! É fundamental que o ambiente seja favorável para o desenvolvimento saudável da relação entre a mãe e seu bebê, vínculo, que é tão intenso durante o processo de adaptação tanto para o bebê recém chegado ao mundo e para a mulher que se torna mãe. Para que os cuidados investidos ao bebê sejam realizados com qualidade, é importante que a mulher também possa cuidar de si. É essencial que a mãe recarregue suas energias, para estar bem para se dedicar ao bebê.

Sabemos que a responsabilidade é significativa e que muitas vezes a sociedade acaba não acolhendo as angústias da mãe no exercício de sua maternagem. Algumas vezes podem se sentir culpadas por não serem boas o suficiente na realização da função maternante. Winnicott destaca sabiamente que é fundamental que a mãe seja “suficientemente boa” para seu bebê, o que significa afirmar que é essencial que o bebê receba o mínimo necessário para se desenvolver. Em outras palavras, não há receita ou manual para os cuidados com os bebês, já que eles não são iguais. Mas é preciso que os cuidados com o corpo do bebê sejam realizados para garantir sua sobrevivência, biológica.

Freud (1895/1996), destaca que o bebê humano nasce completamente dependente de um ser humano mais experiente que ele, e que dele possa cuidar. Enquanto o bebê é cuidado pelo adulto, junto com as ações específicas como amamentação, higiene, dentre outros tipos de cuidado, é importante que o cuidador também transmita afeto, pois o bebê precisa sentir que é amado e desejado em um ambiente seguro, o que favorece que a criança adquira confiança.

Destacamos que o adulto atua como participante fundamental para a sobrevivência do bebê, e a construção do laço entre mãe e bebê é necessária para um desenvolvimento saudável e adequado. Para isso, é primordial que a mãe seja e esteja disponível para a sua cria. O acompanhamento psicoterapêutico da mãe e de seu bebê pode ajudar quando surgem dificuldades que possam afetar tal relação. Concluindo, a maternidade pode ser mais leve com ajuda e apoio que promovam a saúde tanto da mãe, quanto do bebê.